É comum nos termos populares dizer apenas elogios quando algo importante, duro e complicado acaba. Pois bem, mais do que elogiar apenas temos sobretudo que ter uma mente aberta e ser realistas, fazer uma retrospecção de todos os dias, todos os treinos, todas as boas decisões, más decisões e desavenças “familiares”. O que é de facto, seguro de se dizer é que foram seis anos recheados de emoções fortes, algumas tristezas, mas muitas mais alegrias, perdemos muito, mas ganhamos mais, treinámos muito e ganhámos, treinámos pouco e perdemos.
Não posso negar que dentro da nossa casa (e por casa entenda-se posto náutico) não foi sempre um mar de rosas, longe disso aliás, pois houve sempre opiniões diferentes, vivências diferentes e perspectivas diferentes, mas também não podemos negar que isso é algo que sempre houve, ainda existe e irá sempre continuar a haver enquanto esta nossa casa continuar em pé.
Porém, essas divergências existem porque estamos literalmente todos no mesmo barco e a puxar (ou melhor dito, a empurrar) para o mesmo lado, e mais do que querermos conquistar a vitória para nós, queremo-la conquistar para o nosso colega que está ali connosco, e porque? Porque no fim de contas foi ele que passou connosco as mesmas tristezas que nós, as mesmas derrotas que nós. Porque no fundo ganhar sabe bem e todos nós queremos sempre ganhar e quantas mais vitorias melhor.
Mas mais uma vez, que a verdade seja dita, e são sem dúvida essas saborosas vitorias que nos dão o estatuto de grupo, mas mais importante ainda são as terríveis e desagradáveis derrotas pelas quais esse mesmo grupo passa e que ainda assim, graças a todas as pessoas que o constituem, nos dá a coesão e a ambição de ser melhor, o que faz de nós não um grupo, mas sim o grupo, forte e invejável, capaz de incentivar e apostar no colega do lado para a vitória da etapa seguinte.
E isto meus caros leitores, é a verdadeira arte do desporto colectivo!